Os roncos são os ruídos provocados pela passagem do ar por uma cavidade pequena e pela vibração de alguns tecidos moles da região da faringe. Desvios do septo nasal, aumento do tamanho dos cornetos nasais, das amígdalas e até o ganho de gordura na região cervical podem estreitar a via aérea e contribuir para a ocorrência dos roncos.
Pessoas que roncam tem uma tendência maior da via aérea colapsar durante o sono, bloqueando a passagem de ar durante alguns segundos. O relaxamento muscular no sono e a posição supina (deitado) fazem com que a colapsabilidade aumente.
O diagnóstico de Apneia do Sono é realizado através de um exame, chamado polissonografia. O paciente dorme em uma clinica, monitorizado. Através de um índice, mostra se a apneia é leve, moderada ou severa.
O aumento de CO2 retido nos pulmões pelas paradas respiratórias gera estímulos para os microdespertares, que ocorrem durante toda a noite, impedindo uma boa qualidade de sono.
A apneia do sono tem que ser tratada pois leva a diversas consequências deletérias. Hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, deficit de atenção e memória, riscos de acidentes devido a sonolência excessiva diurna e cansaço crônico. Além disso, costuma atrapalhar bastante o sono do cônjuge, gerando muitas queixas.
O otorrinolaringologista avalia cada caso e atua cirurgicamente quando há alguma alteração anatômica importante. Septoplastias, turbinectomias, uvulopalatoplastias são alguns dos procedimentos que "abrem espaço" na via aérea, reduzindo o ronco ou o grau da apneia e melhorando a adesão ao tratamento pós cirúrgico quando necessário. Para quadros persistentes de roncos e apneia leve, existe a possibilidade do uso de aparelhos intra-orais. Para os demais casos, o CPAP (máscara de pressão positiva de ar) é o tratamento de escolha.
Ilustração de uma uvulopalatofaringoplastia, ampliando o espaço retrofaringeo. Retira-se as amígdalas, a úvula ("sininho") - estrutura que vibra e aumenta o ruído, e faz-se a sutura, com o intuito de ampliar o espaço retrofaringeo.